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Capítulo 4.3 em construção...
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

1.3 São Paulo

E de repente Mikael desperta. Está caído no chão duro da rodoviária, um pouco afastado de onde estava antes. O que aconteceu? O assaltante, ele estava ali, num canto. Estava pouco iluminado Mikael só conseguiu identificar seu braço ensanguentado estendido na penumbra, o restante do corpo era uma massa amontoada nas sombras. Assustado, Mikael olha para seu corpo e roupas. Um pouco de sangue respingado. O que aconteceu?? Já sabia, coisas parecidas já tinham acontecido antes, acordar em um lugar estranho com sangue em suas roupas, mas agora o cadaver estava ali, diante de seus olhos.
5 minutos para o ônibus sair. Mikael corre para o banheiro, lava suas mãos e o rosto, troca de camiseta. Joga a camiseta na lixeira... Mas... Pensando bem, quando descobrirem o corpo lá fora, vão encontrar essa camiseta e isso pode ser ruim. Soca a camiseta pra dentro da mochila e corre pra estação. Por pouco não perde o ônibus. Na poltrona 25, ao lado de um senhor quieto de óculos escuros, Mikael fica a pensar sobre tudo o que aconteceu. Um mistério... E o que fazer com a camisa? Queimar, queimar resolve tudo, quando chegar a São Paulo, será a primeira coisa a fazer. E se houve testemunhas? Talvez seja interessante arranjar um disfarce. E quando menos esperava, pegou no sono.


Ah, que noite agitada! Dionísio acorda sensível ao estreito feixe de luz que entra pelo vão entre as cortinas. Dor de cabeça leve. Nem liga mais, isso é comum. São 7h30, a primeira coisa que faz e ir ao banheiro. Depois pega o telefone. Não, muito cedo, vou tentar me acalmar. Faz um omelete apressado e devora em 2 minutos. Assume a rotina matinal de sempre, mas sua cabeça está em outros lugares. São Paulo, transferencia, esse instinto...? Correu pelo bairro, tomou um banho e ligou seu Logus. Pouco depois das 9h estava na Universidade, quando recebe um recado do professor Aurélio, seu supervisor. Havia uma vaga disponível na área de pesquisas em São Paulo, mas por um tempo X, enquanto o outro engenheiro se recuperava de um acidente de carro. Dionísio tentou demonstrar um pouco de compaixão, mas por dentro estava vibrante. No dia seguinte já poderia começar a trabalhar lá, a situação deles era urgente. Aurélio ainda argumentou, um pouco a contra gosto, quem iria ficar em seu lugar? Ah, tá tudo muito bem por aqui, eu posso ficar algumas semanas fora sem me preocupar, não é? Respondeu. O professor apenas assentiu com a cabeça e se foi. Dionísio abriu um sorriso, prendeu seu cabelo num curto rabo de cavalo e foi pro escritório começar seu último dia de trabalho ali.

 Enquanto isso, Ricardo acorda. Que inferno, dormir 12 horas por noite, um hábito que tem se tornado comum ultimamente. Levantou-se se sentindo um inútil, com aquela característica dor de cabeça. Ah, é mesmo, São Paulo. Vamos começar a agir. Sem carro, sem conhecidos úteis, sem muito dinheiro. Dá pra comprar uma passagem de ônibus e lá arranjar uma pensão que nem essa. Suspirou, jogou água fria na cara. Vou tratar de ser um pouco otimista, disse para si mesmo. Se algo me diz que tenho que ir pra lá urgentemente, é porque devo ir. Talvez venha coisa boa, uma inspiração...
Conseguiu um ônibus para as 11h, meia hora ainda. Havia policiais ali, uma ambulância... Nada de mais. Acontece nessa cidade miserável. E ficou a pensar se seria interessante escrever seu romance dentro do tema policial.


E Mikael, que desembarcou do ônibus no começo da manhã daquele dia no terminal rodoviario de São Paulo, nada mais pode fazer senão alugar um quartinho numa pensão ali perto. Estava acabado, apesar de ter cochilado no onibus, sua mente não descansou.
O que percebeu, de fato, era que ali na grande metrópole, aquela sensação de chamado estava mais forte. Tinha satisfação dentro de si, sabia que estava fazendo algo certo, e também tinha um certo medo. Nunca tinha sentido isso antes, uma certeza tão grande. Parecia alguém lhe chamando... Enfim, melhor pensar nisso com mais clareza depois de descansar um pouco.

3 comentários:

Unknown disse...

Mikael vai até uma banca de informações e pergunta sobre alguma pensão barata e perto da rodoviaria, para poupar tempo caso tenha que sair dali rápido.

Depois de pegar a informação se dirigiu a pensão que ficava a uns 20 min andando da rodoviaria, com aquele transito de carro deve demorar mais...

No caminho foi pensando no que aconteceu última noite, tentando lembrar ao menos algum fragmento de algo que aconteceu, mas nada vinha a sua mente...

Mesmo indo até um local barato desses não posso gastar dinheiro desnecessário, Mikael estava decidido se a atendente fosse uma jovem tentaria seduzi-la, em outro caso tentaria "convencer" o atendente a dar um desconto, já fizerá isso milhares de vezes, mas fazia certo tempo que não praticava.

Na portaria da pensão parou para contar o dinheiro que tinha e pensava: "estou tão cansado que mesmo sem disconto não tenho cabeça para ir até outra pensão".

(Mikael)se dirige até o balcão da pensão para tentar manipular o atendende a dar um desconto e depois de qualquer maneira vai descansar no quarto que conseguir alugar. Quando acordar irá queimar a camiseta ma banheira do banheiro do quarto.

"Vamos ver se não perdi o jeito"

walderlopes disse...

[DIONÍSIO]

Dionísio passou a manhã pensando nas possibilidades. Durante o horário de almoço procurou um local pra ficar nas regiões vizinhas à USP. Ligou pra um hotel pequeno e reservou um quarto. Não queria um local muito movimentado pra evitar chamar atenção.

Também decidiu que iria de ônibus pra SP, deixaria o carro no estacionamento do prédio residencial em Uberlândia, mesmo. Não conhecendo SP achou que poderia andar melhor por lá usando ônibus ou táxi ou coisa do tipo. E também, acreditava, chamaria menos atenção. Comprou uma passagem pra o dia seguinte de manhã. Não queria passar a noite dentro de um ônibus cheio.

Decidiu também que levaria pouca coisa. Não queria carregar uma mala muito grande. Achou melhor colocar algumas roupas em uma mochila e ir assim. Do que mais precisasse, podia conseguir em São Paulo.

Depois do almoço, procurou se concentrar mais no trabalho. Sempre foi dedicado, não queria deixar coisas mal feitas antes de viajar.

Molina disse...

[Ricardo]
Polícia, sangue, corpos destroçados e atmosfera misteriosa: um best-seller que irá desaparecer depois de alguns meses e ressurgir em bancas de jornais por R$ 9,99. Ele precisa de mais. Ricardo observa as pessoas na rodoviária. Rostos, vidas... Por que ele não consegue capturar isso? Talvez sangue seja mesmo a melhor forma.
Ele entra no ônibus e senta no seu banco. Janela, fundo do ônibus. Um senhor sente ao seu lado. Ricardo discretamente observa o companheiro de viagem. Velho, na casa dos 70 anos. Fede um pouco e parece não estar atento ao seu ambiente. Deve estar indo visitar parentes. Talvez alguém esteja no hospital. Ricardo olha pela janela. Árvores, animais...