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Capítulo 4.3 em construção...
4 Jogadores

sábado, 17 de abril de 2010

2 Chamado

Mikael tenta convencer o atendente de que ele é estudante e tem pouco dinheiro até conseguir um emprego, precisa de um desconto.
- Ora cara...
- Por que você não vai na Casa do Estudante então? - Interrompeu com impaciência o atendente.
- Ah... - Mikael estava cansado demais para argumentar e nem era estudante de fato, então cedeu ao preço original.
Pelo menos iria descansar um pouco, ainda tem uns trocados pra sobreviver uma semana.
O quarto era coletivo, seis camas, dois rapazes saíam enquanto ele entrava, e outro estava dormindo em uma cama lá dentro. Sem nem mesmo trocar de roupa ou desfazer sua mochila, deitou-se em uma cama vazia, apenas coberta por um lençol.


Ricardo fica levemente entusiasmado, e passa as 6 horas de viagem rabiscando sua caderneta de insights.  Quando finalmente chega... Bem, vamos procurar um lugar. Indo de pensão em pensão em busca de um lugar apripriado, chega a uma com o nome São Angelo, bonito até. Entra e pede um quarto, preço bom até. Mas... que sensação estranha é essa de estar sendo observado? Ricardo olha ao redor e não tem ninguém na pequena sala além do atendente atrás do balcão. Este, um rapaz negro e alto, pega uma chave numa gaveta e pede para Ricardo o acompanhar até seu quarto. Uma vez sozinho, despeja suas coisas na cama e olha pelo vidro sujo da janela. Está meio frio aqui, garoando. Bem diferente do Rio, talvez isso traga novas perspectivas sobre o romance... Ótimo.
O quarto tem duas camas, lençóis velhos mas lavados, travesseiro fino sem fronha. Uma cômoda e um armário pequeno. Este estava trancado com cadeado. A outra cama parecia já ter dono. Estava arrumada, e o armário trancado deveria ser de seu companheiro de quarto. Respirou longamente e desfez a sua mala, guardando seus pertences na cômoda.


Por volta das quatro da tarde, Dionísio é liberado do serviço. Prof. Aurélio deseja-lhe uma boa viagem e sucesso em São Paulo.  Não tendo muito o que fazer, calça seus tênis e vai correr.
Ele é o único que vai à metropole conscientemente à procura de resposta par ao que está acontecendo com ele. Será que existem outros? Será que tem cura? Mas nem mesmo sabia se era uma doença.
Um rapaz forte com seu pastor alemão vinham na direção contrária. O cão imediatamente começou a latir para Dionísio, ao mesmo tempo que recuava e puxava o dono para a outra direção. Nem ligou, isso acontece nessas épocas...
Seu celular toca. Ainda correndo, atende, é um número que não conhece.
- E aí, cara? É a Giovana! - Ah claro, engenheira mecânica do departamento de pesquisas da Universidade. Ela é bonita, o que será que quer...?
- Oi, garota, o que quer de mim? Sabe que vou viajar amanhã né?
- Ah sim, sobre isso... É que... A gente aqui tava pensando em ir num boteco, algo assim... Como despedida, que tal?
- Puxa.... - droga, nessas próximas noites não posso sair - Acho que não vai dar, eu...
- Tenho uma amiga que quer te conhecer, o nome dela é Virgínia, ela é...
- Ah, Giovana, foi mal, não dá mesmo.
Levou um tempo para convence-la disso. Giovana fez Dionísio anotar o  telefone dessa tal de Virgínia. Ela é engenheira química e trabalha com pesquisas em São Paulo, e nesta semana está em Uberaba em curso. Pena não poder tê-la conhecido, Giovana disse que ela é bonita...
Deixando essas pensamentos de lado, Dionísio resolveu voltar para casa e arrumar suas malas para o dia seguinte.

3 comentários:

walderlopes disse...

[DIONÍSIO]

Arrumou a mochila rapidamente. Apenas algumas peças de roupa pra sair. Ele costuma usar jaleco no trabalho, então as roupas pra usar na Universidade podem ser poucas. Colocou um par de jalecos na mochila. Mais alguns itens de uso pessoal, calçados, e no final ele tinha em uma mochila de costas e uma mala pequena, de mão, tudo o que queria levar.

Ligou rapidamente para o síndico do edifício pra dizer que se ausentaria por um tempo, e pediu que tomasse conta do apartamento. Qualquer problema ele poderia ligar no celular, mas deixou também o número do dept. de engenharia da USP. O síndico, um senhor com não mais que 65 anos, desejou boa viagem e disse a Dionísio que ficasse tranquilo.

Ficou um minuto ou dois pensando, e decidiu ligar para Virgínia. O telefone toca algumas vezes antes de atender.

Virgínia: - Alô?
Dionísio: - Olá, falo com a Virgínia?
V: - Sim, com quem falo?
D: - Dionísio, engenheiro amigo da Giovana. Ela me passou seu número, espero não estar incomodando.
V: - Ah sim, claro! Aliás, não, não está incomodando, não. Estou aqui com a Giovana no barzinho, estamos tomando algumas e conversando.
D: - Que bom. Escuta, eu só liguei porque não queria que a má impressão que dei ficasse muito forte. Mas é que com essa mudança repentina a São Paulo e o fato de estar substituindo outro engenheiro, bem, deve ter bastante coisa pra fazer por lá, e eu ainda tenho uns papéis aqui pra revisar... sabe como é essa vida de pesquisas acadêmicas, né?
V: - Sim, eu entendo...
D: - Mas como devo permanecer por lá algum tempo, quem sabe quando acabar o curso que vc está fazendo aqui na cidade, possamos nos encontrar lá em São Paulo? Assim vc me mostra a cidade, os bons locais pra frequentar... que acha?
V: - É uma boa idéia...
D: - Então combinamos assim. Quando vc voltar pra São Paulo, me ligue. Provavelmente estarei por lá, mesmo.

Mais algumas palavras e despedem-se. "Bom, parece que consegui não deixar o filme tão queimado", pensa enquanto desliga o telefone. Não sabia exatamente o motivo, mas apesar de nesses dias se sentir mais inclinado a não falar com as pessoas, decidiu conversar com ela. “Já está feito”, pensou. “Vamos ver no que vai dar”.

Olha pela janela, a noite já cobriu toda a cidade. Aquela sensação de ansiedade já começa a crescer. Uma última conferida rápida nas coisas para a viagem. O telefone mostra uma nova mensagem de texto:

“De: Giovana – Gostei de ver. Boa viagem”.

Vai pro quarto e tranca a porta -- algo que já se tornou quase um ritual nesses dias.

Unknown disse...

Mikael: ZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...

Molina disse...

[Ricardo]
Ele ainda não tem ânimo para explorar a cidade. Quando as dores passarem ele terá bastante tempo. Agora é melhor ficar bem quietinho e esperar tudo ficar bem. Ele liga o rádio e procurar um programa de notícias, toma algumas pílulas e deita na cama. De hoje em diante as coisas vão melhorar.