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Capítulo 4.3 em construção...
4 Jogadores

quarta-feira, 28 de abril de 2010

2.5 Chamado

- Ta bom, a gente conversa no caminho. Tem um carro nos esperando ali na outra esquina, vamos lá que eu te respondo tudo isso...
Mikael foi, relutante. 
- Pra começar... Pode me chamar de Pardal. - sorriu - Mas eu tô mais prum galo véio - e riu escandalosamente.
Mikael apenas fez uma cara de desdém. Que idiota, por que não pode ser mais discreto?
Chagaram a um Kadett cinza. Pardal abriu a porta de passageiro, levantou o banco da frente e sentou no banco de trás. Convidou Mikael para sentar. Tinha um homem grande e negro de motorista. Ele não fez nada de mais além de olhar para o jovem sem dizer nada.
- Esse aí é o Betão. Nosso motorista, chique né? - e riu novamente.

Talita voltou à sala de visitas, onde Ricardo estava, e sentou-se na poltrona em frente a ele. Olhou diretamente para seu olhos.
- Isso tudo é muito estranho, não é? - disse séria.
Ricardo depositou sua xícara de chá na mesa de centro.
- Mas te garanto que tem uma explicação. Provavelmente não a explicação que você gostaria - sorriu de leve. Há outros como você. Eu também sou assim.
- Assim como? - de fato, Ricardo não tinha consciencia exata do que acontecia com ele - É uma doença? Sei lá, uma maldição?
- É uma herança. Você não está totalmente desenvolvido ainda, então não tem consciencia do que faz e de quem você é... Nas noites em que a lua desaparece. Como esta.
Sim, claro. Era noite de lua nova. Por que ali ele ainda não tinha perdido o controle? Ricardo fez uma cara de dúvida enquanto pensava nisso e Talita o adivinhou.
- Esse chá é feito de uma erva que reverte a ação da lua nova sobre nossos corpos. Por isso você não se transformou, aliás, não apagou enquanto está aqui. Basta inalar o aroma... - Falou isso enquanto levava sua xícara à boca para.
De fato o chá tinha alguma coisa. Mas não necessariamente algo ruim. Pensou se Talita poderia ceder uma porção dessa erva para poder curar sua... herança?
- Como assim herança?
- É uma longa história. Começou com seu avô. Ele foi contaminado e passou isso pro seu pai e de seu pai veio para você.
- Quer dizer que eles eram assim também?
- Em proporções menores... No seu avô começou forte, mas instável, no seu pai era fraco... E em você, perfeito. Por isso você foi convocado para estar aqui, e não seu pai ou seu avô.
- Contaminação? Mas... Quem são vocês?!
Por um momento, Ricardo imaginou estar em um daqueles filmes em que o mocinho está nas mãos de uma organização grande e misteriosa que faz experiências com cobaias humanas.
Talita deu risada.
- Eu sou uma só, querido.

Betão dirigia com tranquilidade. Mikael já sentia novamente ficar alterado. Pardal percebeu isso e tirou de uma bolsa um sachê.
- Sente esse cheiro. - Mikael pensou estar em uma cilada. - Vamos! Vai te acalmar. Não queremos que você nos estraçalhe aqui dentro, então cheira logo!
Mikael fez isso, e seu corpo e mente relaxaram.
- Bão. Pra começar... Sabemos o que está acontecendo com você porque a gente te vigia há algum tempo. Não TODO o tempo, não se preocupe hehehe. 
- Me vigiam?! Por quê?!
- Ah, rapaz. Porque a gente foi mandado fazê isso! Olha. Não somos maus, acredite. Estamos te levando agora pra nossa chefa, ela vai te ajudar com essas coisas que acontecem com você.
- Uma mulher é? Quem é ela, me conhece da onde?
- Eu não sei, meu fio! Pergunte pessoalmente! - e apontou pra uma casa cercada por muros altos, na qual Betão estacionou.

Talita se levantou.
- Chegaram. Já volto, Ricardo.

E enquanto isso, Dionísio, que já não era mais ele mesmo, arrancava com violência a janela do pequeno banheiro.



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